quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O planejamento na educação

Não estou decepcionado (como muitos), nem desapontado, com a descompostura e a inoperância do governo Ana Julia Carepa. Tampouco me surpreendem as injuções políticas que nada diferem de outros tantos governos. nem mesmo repressão com bombas, espray de pimenta e gás lacrimogêneo sobre os trabalhadores da educação, na desobstrução da Augusto Montenegro, apesar de que haveria ter ocorrido naquele momento o minimo dialogo antes do uso da força desmidida e desnescessária da polícia militar.
Não me causa estranheza a governadora deletar sua historia de sindicalista. nem surpreso com as promessas nem com os compromissos de campanha não assumidos. a final, esquerda e direita o meu retrovisor já há alugum tempo não enquadra, só os livros de historia. o que exijo é respeito e reverencia à educação como ponto fundamental para o alcance do tão almejado desenvolvimento social e economico, com cidadania plena e equidade.
O que me causa estranheza e me desaponta é a postura da sociedade civil dita organizada, e da midia diante do caus que é a educação publica neste estado neste país. E apesar de sabermos de cor e salteado dos problemas da escola pública, parece que determinados setores da sociedade acham melhor qualificar os seus filhos nas melhores escolas privadas, numa especie de reserva de mercado para os seus, e que o resto se dane. um verdadeiro salve-se quem puder.
Entretanto, isso é um equivoco, visão ultrapassada, porque, com os indices no crescimento economico que ora vivenciamos, há e pode haver de maneira sustentável no mercado de trabalho para todos os brasileiros. Nossas potencialidades em recursos naturais são inigualáveis. basta , para isso, os governos municipais, estadual e federal planejarem o desenvolvimento economico, social e humano, tendo em vista a educação como base. Fazer um planejamento técnico, estratégico e integrado, que reúna para a sua leitura economistas, sociólogos, filósofos, professores e pedagogos. Enfim, diversos saberes , porque a educação não pode se restringir tão somente aos técnicos da educação. E por fim, que a sociedade crie meios de fiscalizar a execução do plano.
O professor Cristovão Buarque é uma voz rouca no deserto a gritar, mas quase ninguém o escuta. Tenho absoluta certeza de que a educação deveria ser tratada neste país como uma questão de soberania nacional, questão estratégica para alcançarmos realmente o lugar que este país merece e deve estar no contexto das Nações respeitáveis. Prioridades das prioridades, como fizeram no Japão, a Coréia do Sul, como estão fazendo a Índia e a China.
Do agora chamado Bric, potências emergentes (Brasil, Russia, Índia e China), o Brasil é o último em termos de melhoria na educação. Em todos os testes aplicados em nível mundial, como ciência, matemática e linguagem, o Brasil é uma decepção. Perdemos para os nossos parceiros latinos como o Chile, Uruguai, Argentina e outros.
Como é que vamos alcançar níveis de excelência na educação, na economia, justiça social, sem planejamento, sem visão sem competência e sem vergonha de governantes de ocasião? Como vamos enfrentar os grandes desafios que nos reserva a Amazônia e o Pará? Como vamos dar conta da compartibilização entre desenvolvimento econômico e social incluindo milhares de paraenses ao mercado de trabalho sem devastar a floresta? como vamos enfrentar o apagão na educação? O País crescendo economicamente sem mão- de obra qualificado para assumir os postos de trabalhos que são ofertados?
Que sociedade queremos moldar? Certamente menos violência, menos agressão ao meio ambiente , melhores serviços na saúde pública, sem escolas depredadas , sucateadas. Um governo que valorize e uma sociedade que festeje e cobre de seus professores.Portanto, sem investimentos sérios em educação, estaremos fadados ao fracasso e a continuar convivendo num País que se mostra tal e qual um animal híbrido, corpo de touro e cabeça de burro.

Israel Oliveira Vieira
Professor

terça-feira, 12 de agosto de 2008


Profª Roberta Bandeira

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

EM MEMÓRIA DA PROFESSORA ROBERTA BANDEIRA DO CARMO

Toda a comunidade Raymundo-Vianniana ainda se encontra imersa em profundo pesar e perplexidade com a trágica e repentina partida de sua tão estimada e competente professora Roberta Bandeira do Carmo, inexplicavelmente ocorrida no dia 05/08/2008 (terça-feira), nas dependências desta instituição de ensino (Escola Raymundo Martins Vianna), no momento em que se preparava para exercer a função que desempenhava com tamanha maestria, dedicação,ética e rigor metodológico - a arte de ensinar.
A notícia de abrupto falecimento de nossa amiga, companheira, profissional irrepreensível e de comportamento ilibado, encheu-nos de profunda consternação, não só por ter ocorrido no exercício da docência e no interior da escola em que trabalhava, quanto pela jovialidade e porte físico de que desfrutava - a professora Roberta havia acabado de completar 30 anos de idade, o que passava a todos a (infelizmente agora sabemos) falsa impressão de se tratar de uma pessoa plenamente saudável.
As agruras do dia-a-dia, elementos praticamente inerentes à pessoa do educador: nomadismo em função do número excessivo de escolas em que precisa trabalhar; práticas alimentares inapropriadas e às pressas em virtude da escassez de tempo; condições insalubres de trabalho; salas abarrotadas; alunos muitas vezes descompromissados; trânsito caótico; estresse, depressão e outros sem-número de perturbações são problemas que têm vitimado um universo cada vez mais amplo de profissionai da educaçãp, dentre os quais, nossa inesquecível companheira, Roberta do Carmo.
A imagem que particularmente carrego da professora Roberta não é estática, inerte, congelada. É, sim, uma imagem de movimento, acima de tudo cristalizado em seu sorriso largo e lindo, sempre portando a sua pasta, espécie de ícone do bom docente, e de seu rosto sereno e seguro, que nunca me passou expressão de cansaço, fadiga ou desalento com a profissão.
Posso assegurar que a professora Roberta combateu um dos bons combates - a árdua e doce missão de ensinar - ; credenciou-se a estar à altura dos desígnios de Deus ( e isso nós não podemos refutar) cristalizou de vez lugar privilegiado em nossos corações e mentes (nós nunca a esqueceremos!), portanto, consolemos-nos uns aos outros, na certeza de que a morte é apenas o passaporte que conduz à vida eterna.

Sérgio Damasceno (companheiro de Raymundo Vianna, em nome de todos os demais amigos docentes e comunidade escolar em geral)